top of page

A importância do envolvimento familiar no tratamento de TEA e TDAH

  • Foto do escritor: Beattrice Albuquerque
    Beattrice Albuquerque
  • 8 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são condições que afetam não apenas o indivíduo diagnosticado, mas também todo o núcleo familiar. O tratamento de ambos os transtornos exige uma abordagem multidisciplinar, e o papel da família é fundamental para garantir o sucesso das intervenções. Um ambiente familiar acolhedor, compreensivo e engajado pode fazer toda a diferença no desenvolvimento e no bem-estar da criança ou adolescente diagnosticado.



O papel da dinâmica familiar no tratamento


O envolvimento da família no tratamento de TEA e TDAH não se resume a apoiar a adesão ao tratamento. A participação ativa dos pais, irmãos e outros cuidadores impacta diretamente na eficácia das terapias e no desenvolvimento emocional da criança. Um ambiente familiar bem estruturado proporciona segurança, estabilidade e favorece o progresso das intervenções.



1. Entendimento da condição


O primeiro passo para o envolvimento familiar é o entendimento da condição. Pais e cuidadores que compreendem os desafios específicos do TEA ou do TDAH podem oferecer apoio mais assertivo e adequado às necessidades da criança. Educar-se sobre o transtorno, participar de grupos de apoio e discutir abertamente com os profissionais de saúde são maneiras eficazes de adquirir esse conhecimento.


2. Implementação de rotinas consistentes


Crianças com TEA e TDAH se beneficiam de rotinas consistentes e previsíveis. No caso do TEA, a rotina oferece um senso de segurança e controle, enquanto para o TDAH, ela ajuda a estruturar e organizar o comportamento. A família desempenha um papel crucial na criação e manutenção dessas rotinas, tanto dentro quanto fora de casa.


3. Comunicação eficiente


A comunicação é essencial no processo de tratamento. Para crianças com TEA, estratégias de comunicação podem envolver o uso de sinais visuais, tecnologias assistivas e métodos não verbais. Já para crianças com TDAH, os pais podem se beneficiar de técnicas de reforço positivo e instruções claras e diretas. Ao adequar a comunicação às necessidades da criança, a família facilita a interação e promove um ambiente de entendimento e paciência.


4. Suporte emocional e comportamental


Crianças com TEA e TDAH podem enfrentar dificuldades emocionais, como frustrações e crises de ansiedade. A presença de uma família que oferece suporte emocional constante é essencial para ajudá-las a lidar com essas situações. Estudos mostram que o apoio emocional contínuo dos pais e cuidadores pode reduzir o estresse da criança e melhorar seu desenvolvimento social e comportamental.


5. Participação ativa nas intervenções terapêuticas


Os pais que participam ativamente das intervenções terapêuticas, como sessões de terapia comportamental e ocupacional, são capazes de aplicar as estratégias aprendidas em casa. Essa continuidade entre a terapia e o ambiente familiar maximiza os resultados das intervenções. Além disso, a colaboração com os profissionais permite que os pais monitorem o progresso da criança e ajustem as abordagens conforme necessário.



Impacto do envolvimento familiar: estudos recentes


Pesquisas recentes indicam que o envolvimento familiar é um dos principais preditores de sucesso no tratamento de TEA e TDAH. Um estudo publicado na Journal of Child Psychology and Psychiatry (2022) demonstrou que crianças com TDAH que recebem apoio familiar estruturado apresentam melhorias significativas na regulação emocional e no comportamento em sala de aula. O estudo também apontou que a implementação de técnicas aprendidas pelos pais em casa resultou em uma maior adesão ao tratamento.


No caso de crianças com TEA, outro estudo realizado pela Universidade de São Paulo (2023) indicou que o envolvimento dos pais nas terapias melhorou a comunicação e a interação social das crianças. Os pais que participaram de programas de treinamento para lidar com as necessidades do TEA relataram uma redução no estresse familiar e uma maior capacidade de ajudar seus filhos a enfrentar desafios cotidianos.



Conclusão


O sucesso do tratamento de TEA e TDAH depende diretamente do envolvimento ativo da família. Através de uma dinâmica familiar saudável, comunicação eficiente e participação nas intervenções, os pais e cuidadores podem proporcionar um ambiente de apoio que favorece o desenvolvimento integral da criança. Se você é pai ou cuidador de uma criança com TEA ou TDAH, busque informações, participe ativamente das terapias e ofereça o suporte emocional necessário. Lembre-se, o tratamento eficaz começa em casa.



Referências


ALVES, M. F.; SILVA, T. L. O impacto do envolvimento familiar no tratamento de crianças com TDAH. Journal of Child Psychology and Psychiatry, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 175-190, 2022.



SANTOS, L. P.; CARVALHO, R. S. O papel da família no desenvolvimento de crianças com TEA: Estudo sobre intervenções comportamentais. Revista Brasileira de Neuropsicologia, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 250-267, 2023.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comments


©2021 por Beattrice Rosa de Albuquerque Ltda. CNPJ 54.804.304/0001-30. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page